Consuelo Blocker: Moda, influências e estilo
Brasileira que vive na Itália desde 1990, Consuelo Blocker cresceu respirando moda. Desde 2010, ampliou o histórico familiar ao se destacar como criadora de conteúdo sobre moda e design, o que a torna uma verdadeira referência no assunto.
Filha da icônica consultora de moda Costanza Pascolato e neta da fundadora da Tecelagem Santa Constancia, Consuelo Blocker carrega a moda no DNA. Vive na Itália desde 1990 e, há 14 anos, também se destaca como criadora de conteúdo sobre moda e design, o que a torna uma verdadeira referência no assunto. "Moda, para mim, é um reflexo direto do momento cultural e histórico que estamos vivendo. Ela também mostra o status social que as pessoas desejam alcançar", explica Consuelo, revelando seu olhar afiado sobre moda como forma de consumo. Encerrando este especial da FLO Magazine, que reúne também os especialistas Paolo Ferrarini e Luca Morena, Consuelo oferece uma visão única: com os pés na Europa e nos Estados Unidos, mas com o coração no Brasil, ela entende como ninguém o público brasileiro. Ela nos conta como as redes sociais mudaram o jeito que as tendências chegam até nós, dá uma pincelada na evolução da indústria e ainda revela o que realmente faz os brasileiros se apaixonarem pela moda. - Para Consuelo Blocker, a moda vai muito além das tendências — ela é uma poderosa forma de expressar quem você realmente é. Seja para mostrar sua posição na sociedade, transmitir sensualidade ou exibir um lado mais intelectual. "Tudo é uma escolha", afirma a influenciadora. Consuelo acredita que a moda não se trata de seguir regras, mas de encontrar referências que se conectem com seu estilo. Com as redes sociais e os sites de street style, a moda se tornou muito mais acessível, com inspirações em todos os lugares. "A pessoa se identifica com aquilo, começa a seguir aquele site, aquela influencer e dali tira suas referências. Mas sempre dentro do que é o estilo dela, da sua tribo ou do que gostaria de ser, porque o aspiracional é importante", enfatiza. E quanto aos desfiles? O papel deles mudou! Não ditam mais o que devemos vestir. "Agora, eles promovem as marcas e criam desejo por outros produtos da grife." Desde os anos 1990, gigantes como LVMH, Kering e Richemont mudaram completamente as regras do jogo no mercado de luxo. Eles enxergaram o potencial de lucro e criaram verdadeiros impérios de marcas, que vão muito além da moda, dominando o cenário e deixando as menores com pouca chance de competir. Como Consuelo Blocker aponta, a nova realidade do mercado deu um espaço gigante para essas marcas, modificando como o luxo se apresenta ao mundo. O digital chegou para movimentar ainda mais esse cenário. Com influencers e redes sociais, o jogo mudou de novo. “Quando começamos, não mostrávamos apenas o que estava nas passarelas. Interpretávamos e traduzíamos o que estava nas passarelas para o dia a dia, porque nem sempre o que você vê no desfile é algo que dá para usar na rua,” explica Consuelo. E o público brasileiro? Ele adora o luxo! Segundo a comunicadora, o público brasileiro, geralmente jovem, utiliza a moda como um meio de afirmar status, sendo especialmente atraído pelas grifes internacionais. Para Consuelo, o luxo vai além do preço de uma peça ou da marca que você veste. "Não dá para chamar de luxo quando você precisa enfrentar uma fila para comprar uma bolsa. Isso simplesmente não é luxo, como já dizia Karl Lagerfeld", Consuelo cita. Mas e o verdadeiro luxo? Ele está na experiência. “Faz parte do sonho da moda. E, claro, você paga por essa experiência", conclui.