Casa Roberto Marinho: Arte aqui é mato
O diretor da instituição, Lauro Cavalcanti, fala da Casa Roberto Marinho e da exposição montada a partir de novos olhares de personalidades de diferentes áreas sobre a coleção do fundador do Grupo Globo.

Há cargos que vêm para o bem. Lauro Cavalcanti, arquiteto, antropólogo, ex-diretor do IPHAN e também do Paço Imperial - neste por 22 anos - e, desde 2015, diretor-executivo do Instituto Casa Roberto Marinho, nos recebe em seu moderno e austero escritório instalado no antigo pavilhão da piscina do casarão construído pelo engenheiro César Melo Cunha nos anos 1930/40, no tradicional bairro do Cosme Velho, Rio de Janeiro, e envolto pela Mata Atlântica, a partir de seu frondoso jardim com projeto inicial de Burle Marx, hoje mais uma vez revivido com respeito e generosidade. Desde sua inspiração em uma imagem do Solar de Megaipe, em Pernambuco, a residência da família de Roberto Marinho (1904-2003), com a atual reforma minimalista porque voltada para sua nova utilização, assinada pelo arquiteto Glauco Campello, e dirigida por Lauro, nosso entrevistado, e abriga o majestoso espaço cultural Casa Roberto Marinho, voltado para a arte do acervo ou que vierem a ele se agregar, e idealizado pelos três filhos do jornalista: Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto Marinho. O lugar aberto ao público apresenta nos seus jardins as aquisições recentes, como o site specific de Carlos Vergara, e esculturas de Ascânio MMM e Elizabeth Jobim, além de esculturas de Maria Martins, entre outras. Seu interior recebe periodicamente, em exposições diversas, as telas, gravuras e esculturas do colecionador que apostou em artistas do modernismo e do abstracionismo informal produzidas em seu tempo, como Pancetti, Guignard e Portinari, Di Cavalcanti, Ismael Nery, Lasar Segall, Milton Dacosta, Tarsila do Amaral, Djanira, Iberê Camargo, Antonio Bandeira, Tomie Ohtake, Manabu Mabe, Anna Bella Geiger… Até 19 de março a Casa traz 10 novos olhares de personalidades de diversas áreas que selecionaram no acervo da Coleção Roberto Marinho suas obras preferidas, sob diferentes recortes e temas, na exposição intitulada “Alegria aqui é mato”, que também recebe obras de autoria de alguns destes 10 curadores, ou mesmo peças de sua propriedade. Para conhecer melhor o espaço cultural, suas obras, a exposição em cartaz e o Lauro, assista aos nossos vídeos gravados neste verão carioca por @mariaflorbrazil